7 de novembro de 2012

Cultura em Palmeira & o Coletivo Escarcéu!


O que é um Coletivo Cultural?

Bem, vamos começar pelo maldito academicismo, podemos definir Coletivo Cultural como um agrupamento de pessoas que visa à captação de recursos públicos e/ou privados para financiamento de atividades diversas relacionadas à cultura livre. No Brasil, os coletivos se desenvolveram muito bem dentro dos movimentos sociais ligados a cultura popular e cena punk. Estabelecendo um sistema de gestão próprio, com fortes ligações ao chamado “faça você mesmo”. A prova disso é que cada coletivo é adequado ao lugar/cena em que atua, tendo suas próprias características de gerir eventos.

A Pré-história dos Coletivos em Palmeira

Graças ao Facebook, toda a ação de quem organiza eventos ganha uma notoriedade enorme. Mas é bom lembrar que tais ações não são de agora, há um certo tempo, isso já vem acontecendo na cidade. Em meados do ano 2000, já tínhamos a lendária banda Escarcéu que organizou o famoso evento no São Bernardo Hotel (primeiro show de rock da minha vida) e o Trio Ameba, um projeto com Darlan Petterson (Joãozinho Podre) e Kleber Diamond Fate. Só que existia um pequeno impasse: as bandas se juntavam unicamente para fazer um único evento e depois tudo voltava ao marasmo. Em meados de 2003, as bandas Aliba, Imprensa Anônima e Asfixia (atual Scüma) também organizaram um show no antigo CEFET (atual IFAL) e novamente, após o evento, tudo caia na escuridão.



Neste período, tínhamos um grande problema: quem ia dar valor a eventos organizados por moleques sujos do demoníaco universo roquenrol? A coisa prosseguiu por outros eventos, como Desconcerto Musical, e até eventos mais recentes como o Festival de Música Independente. Shows fabulosos e ferventes, mas depois, as camisas pretas passavam meses sem serem usadas...



Como surgiu o Escarcéu?
                 A idéia do Escarcéu surgiu para o Grito do Rock 2012, Uma homenagem a mais banda antiga e simbólica em nossas mentes. Foi-se o grito e partimos para a I Mostra Palmeirense de Arte Livre. Eis que na Mostra, surge uma parceria com o cineasta Ailton Junior e a coisa fluiu como deveria em uma linda noite perturbando a paz na casa do Mestre Graça. Desde o Desconcerto Musical, já tínhamos contato com nosso índio honorário Cosme Rogério. Alexandre Índio sempre esteve junto de nós na correria de eventos. Algumas pessoas tiveram de se ausentar por motivos pessoais (trabalho, esposa e filhos). Tínhamos Rafaela Meres, Tiago Anonimo e Felipe Verlaine (Imprensa Anônima). Com o tempo, outras cabeças foram aparecendo como o Ivan Barros e Wellington (A Arca), Thiago Lima e Pancho Belo (Ariel/Kaliban), Hosato Neto (Agressive Corp), Ricardo Silva, Douglas Adelfo (Scüma) e vários outros nomes que mereço um murro por não citar aqui. Em resumo, todo mundo começou a se unir em prol de um único objetivo: manter um calendário de eventos na cidade. Se antes tínhamos a desculpa que não tínhamos dinheiro e contatos para realizar eventos, agora, todo mundo está trabalhando (comendo o pão que o diabo amassou e cuspiu) e cheio de contatos para tentar agilizar as coisas pela cidade.


A Estrutura

A citação de nomes aí em cima, não é para dar crédito a ninguém. Tudo isso é para que todos percebam algo singelo: não existe um grupo fechado intitulado “Coletivo Escarcéu”. Os eventos são organizados de maneira bem simples: se algum amigo tem a ideia de fazer um evento (música, cinema, teatro, artes plásticas, poesia, dança, etc), todo mundo se junta e vai atrás de seus contatos para conseguir realizar o evento juntos.
Então, alguém que se envolve na organização de um evento, pode não ter tempo de participar de outro e voltar a participar num terceiro evento. A última coisa que pretendemos é a criação de alguma “elite organizadora”. A cultura é livre, então quem se sentir interessado, também é livre parar entrar no barco e se juntar as correrias.

Se não existe grupo definido, por que usar o nome “Coletivo Escarcéu”?

   Simples! Supondo que em Palmeira aconteçam 10 eventos com o nome do Coletivo Escarcéu na organização, isso ecoa de uma maneira fabulosa na rede e no boca a boca. Com este fato, o Coletivo ganha nome e espaço na cena, resultando em artistas que procuram o pólo Palmeira dos Índios para apresentarem seus trabalhos e produtores culturais de outras cidades nos procuram para sondar os artistas que estão se apresentando pela cidade, como é o caso da banda Scüma que já fez alguns shows em Maceió e a Ariel/Kaliban que tocará em Batalha dia 30/11. Resumidamente, fazemos nossos shows e mostras, daí chega um cara de outro estado “Olá! Vi que vcs estão fazendo eventos em Palmeira. Eu tenho uma banda e queria tocar aí? Como faz?” ou “Sou produtor de eventos na cidade X, que bandas estão rolando aí em Palmeira? Indiquem algo para tocar aqui...” e assim, a coisa vai crescendo...


Quero uma banda ou evento, o que se há de fazer?


           Você pode simplesmente postar no grupo de coletivo, uma banda que você queira trazer para Palmeira ou evento que queira realizar. Veremos com nossos contatos o que pode ser feito e te daremos todo suporte que pudermos. Afinal, a intenção é única: Palmeira precisa ser uma cidade movimentada. Se a cidade se tornou um pólo universitário, então a cultura precisa transitar incessantemente. Tenha idéias, sejam autônomos! Organizem seus próprios eventos e difundam suas idéias para melhoria do que fazemos, esta é a melhor forma de crescer. O grupo no facebook foi criado justamente para isso.

Da mesma forma que se oferece ajuda, também se pede. Quem souber de evento e se sentir interessado em participar da organização, pedimos que por favor se manifeste e entre em contato! Precisamos, por exemplo, de alguém para cuidar de nosso bloguinho (fazer entrevistas com nossas bandas e cobrir eventos alternativos na cidade), também precisamos de alguém para assumir uma facção de “cultura popular” dentro do coletivo ou até mesmo criar um outro coletivo voltado para eventos mais regionais, trazendo assim, culturas de fora do universo rockeiro para a cidade. Mas e aí? Quem se candidata? Ainda somos poucos e temos muitas limitações. Toda a ajuda é mais que bem vinda e não podemos depender de nossos governantes para que isso se realize. Somente juntos mudaremos nossa fatídica rotina... Cuiiiiiidaaa!!







Um comentário:

  1. Eu me habilito...(mas) infelizmente ainda não tenho tempo suficiente para tornar a arte uma prioridade na minha vida e no coletivo. Mas me proponho a ter esse tempo. Parabéns aos agrupados!! Abraço.

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