19 de novembro de 2012

Reinventando o domingo: A Arca - Entrevista


Por Tiago Anônimo

Eles fazem um som alternativo, sem rótulo e diferente do que os rockers de Palmeira dos Índios estão acostumados a ouvir (e pedir também) nos shows que andam acontecendo com uma frequência "nunca antes vista na história deste município" (só pra não perder o trocadilho rs). Formada por músicos da terra, a Arca foge do consagrado estilo Heavy Metal tão adorado pelos camisas pretas, e das origens Punk Rock que a cidade sempre teve, mas nem por isso deixam de agradar, e muito, a quem os vê ao vivo! O próprio Ivan, guitarrista e vocalista, prefere não definir o que seria o som da Arca, para ele "o resultado final é uma mistura que vai da música regional ao rock inglês".

Pra conhecer melhor a banda e aquecer os motores para o show que eles farão no Palmeira Underground no próximo dia 15 de dezembro conversamos com Ivan Tenório, saca só!

Coletivo Escarcéu (CE): pra começar fala um pouco sobre como surgiu a banda e qual que é a proposta de som que vocês oferecem

Ivan Tenório (IT)É aquela velha historinha clichê da escola, onde os amigos que mal sabem tocar seus instrumentos formam uma banda pra se apresentar nos trabalhos. Passou alguns anos, chegaram mais pessoas e agora nos reunimos com mais freqüência e com um conceito mais consistente – a maioria do repertório é preenchida por músicas próprias, e essas reuniões, esses ensaios, servem como passatempo nas horas vagas.  Quanto ao som, ainda não sabemos definir em qual vertente ele se encaixa, o resultado é um misto de tudo aquilo que nós absorvemos - que vai da música regional até o rock inglês. Até porque eu simpatizo muito com o lance do Tropicalismo, de absorver toda a cultura interna e regional, e vomitar tudo isso de forma pop, nos moldes da música exterior, no caso o rock.

CE: Me fala então como que é o processo de composição! É você mesmo quem escreve as músicas ou 
vocês fazem tudo juntos? Como que é a formação da banda hoje?

IT: Quanto ao processo de composição eu nem sei o que falar, porque nunca atentei pra esse lance de método. As palavras vêm e vão e você tem que tá ali com o violão na mão pra musicar. Tanta música boa que a gente faz, mas acaba esquecendo. As que a gente lembra e leva letra pro ensaio, chegam lá formadas em relação à melodia, mas no meio daquela festa acabam se tornando outra coisa. A gente até notou que ultimamente em cada ensaio, a música sai de um jeito diferente. Mas, é assim, as que sobrevivem, vão pros shows. hehe

CE:  Você falou dos shows...vocês vão tocar no Palmeira Underground...qual a expectativa?

IT: Velho, vai ser foda! Ainda mais com essa vontade grande de edificar uma cena massa, pra que a gente se ocupe nas noites dos finais de semana, pra gente se libertar do comodismo que tá começando a vazar. Para tanto é necessário que a gente continue se empenhando nesse trabalho que vem se consolidando gradualmente. Isso é notado facilmente, porque você vê que nesse segundo semestre, a galera vem se mobilizando e fazendo acontecer. O cinema, com o “Sobre Relógios, Sonhos e Liberdade” e as exibições de filme na casa museu, bandas surgindo e mostrando seus sons nos diversos festivais que ocorreram, poetas, fotógrafos, desenhistas, grafiteiros...

CE: Por que vc acha que até um tempo atrás a cena não era tão ativa?

IT: Não sei, só sei que sempre houve essa vontade de levantar essa cena rica de Palmeira, sempre houve. E agora, não sei se por obra do acaso ou por força do público, essa vontade deu seu primeiro de muitos passos rumo a concretização. E quando falo de cena rica, falo com toda certeza. Porque temos muitas bandas com um som foda, e cada uma dessas com uma identidade diferente: Haldeia, Ariel e tantas outras por aí...

CE: Voltando pra banda, a Arca é formada por?

IT: Por minha pessoa, e por Lucas, Murilo, Bruno, Túlio, Wellington e pelo Rafael. Espero não ter esquecido alguém. (risos)

CE: Vejo que os membros da Arca tocam ou já tocaram em outras bandas da cidade...tu achas que essa interação ajuda ou atrapalha? Afinal nem sempre os horários são compatíveis...

IT: Ajuda, e muito, até nesse lance de tentar construir uma cena. Essa interação acaba aproximando as bandas entre si. Quanto aos horários, nós arrumamos alguma hora perdida na madrugada pra ensaiar lá no estúdio do Wellington. (risos)

CE: Quando eu morava em palmeira nós só tínhamos o estúdio do Evandro e do Ivancildo (no começo) pra ensaiar. Hoje praticamente todas as bandas de Palmeira ensaiam no estúdio do Welligton, só que o clima é todo diferente! Qual a importância que esse estúdio tem pra vocês e, eu diria até, pro crescimento da cena cultura da cidade?

IT: Isso é muito massa, até porque ele é um cara que compactua com o mesmo pensamento da gente, de construir uma boa cena independente. Maior força ele deu pra realização da II Mostra, que aconteceu quinta passada.

CE: E quando teremos um som gravado da Arca pra divulgar nas banquinhas dos shows?

IT: Provavelmente, no final do primeiro bimestre do ano que vem. A gente vai aproveitar as férias pra gravar e jogar o EP pra download.

CE: Pra terminar, queria abrir o espaço pra você dizer o que quiser e convidar a galera pra comparecer no Palmeira Underground.

IT: Quem estiver lendo, compareça ao Palmeira Underground ou o demo vai lhe fazer uma visitinha a noite se você não for. {CE}





Onde? Aquarius

Quando? 15 de dezembro as 19hs

Quanto: 5 conto! 



  

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