3 de novembro de 2012

A Arte Contra o Marasmo!

Na cidade onde impera o tédio, a monotonia e onde a apatia tem se tornado uma epidemia, aconteceu algo inusitado: uma mostra de curtas que reuniu uma diversidade significativa de produções independentes. Ao adentrar no espaço tínhamos como recepção, fotos que remetiam ao cenário embrionário da nossa tão amada e detestada Palmeira dos Índios, esse olhar pertencia ao Cosme Rogério, e, depois de alguns passos, um telão que já exibia um curta (eu tenho sérios problemas em cumprir horário).



           Logo à frente, a morbidez-demente da figura que organizou essa empreitada Erivaldo Mättus, ao seu lado estavam o mecenas e fotografo Ricardo Silva e o aspirante a cineasta Ailton Júnior todos em uma linda mesa (lugar onde eu fiquei toda a noite) forrada por fanzines, revistas, livros e CDs.

     Em uma alternância muito atrativa: cinema, música, exposição de fotos, desenhos, poesia, e camisas com montagens toscas feitas pelo Nadrebor, este ilustre habitante de Arapiraca, a noite suprimiu um pouco do tédio que tanto nos atormenta. 
            Tal evento comprovou o quão valoroso é o nosso esforço em se manter sãos e ativos através da arte. O que mais me chamou a atenção foram as bandas. Começando pelos metais do Wellington (esse cara tem dado uma grande força as bandas da cidade sem distinção do gênero) e Cia.
          A próxima banda foi o Ariel/Kaliban que tem representado muito bem o heavy metal em terras xucuru-kariri. Depois de outro curta chamado “Confinópolis – A Terra dos Sem Chave” para encerrar a parte cinematográfica do evento.
           Mais uma banda se apresentou,era Cosme Rogério e Seus Caboclos, que chegaram fazendo um resgate de nossas raízes tocando toré e coco de roda, relembrando nomes de muita importância para cultura local e universal como Jacinto Silva e Chico Nunes.
               Por fim, a banda que subiu ao palco foi “A Arca” que nos fez viajar em um rock psicodélico pós-moderno, a apresentação contou com participação do Alexandre Índio (Aliba e agora Ariel/Kaliban) cantando alguns bregas clássicos e assim terminou a farândola.
             A conclusão a que cheguei foi que nossa pequenina cidade tem algo a mostrar, que há mentes inquietas e descontentes com todo esse marasmo e que é mais que necessário resistir ao ostracismo, é vital. É dessa maneira que devemos seguir mantendo o espírito “faça você mesmo” vivo em nossas entranhas, estamos condenados a sobreviver no limbo, mas nunca nos acomodaremos, mesmo que ninguém nos ouça continuaremos nosso escarcéu. Avante cambada de matuto!!!!


Matéria: Douglas Adelfo
Fotos: Ricardo Silva

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